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Jazz e escrevivência: Leila Maria e Conceição Evaristo iluminam Mariana

Foto do escritor: Lara Eliza FerreiraLara Eliza Ferreira

Participante do The Voice Brasil, Leila Maria e escritora brasileira Conceição Evaristo se unem para uma noite de grandes trocas

Por Lara Eliza


A noite de terça-feira(05) foi recheada de muito jazz, emoção e conversa no Museu de Mariana. Isso porque a cantora Leila Maria junto ao seu tecladista incorporou muito jazz, relembrando trilhas sonoras de grandes produtos audiovisuais, e assim como o público, se emocionou ao ouvir a escritora, pesquisadora, acadêmica, docente e vencedora de inúmeros prêmios Conceição Evaristo.


O evento ocorreu na cidade de Mariana MG, às 20h e é resultado do projeto #SilabaseSons, uma parceria entre o Museu Mariana e o Instituto Cultural Vale. O bate papo musical foi conduzido pelo professor Julio Diniz e o resultado foi uma chuva de aplausos e o Museu Mariana tomado por pessoas para prestigiar o evento. Como anunciado por Julio, o público que ainda não possuía ingressos para participar do evento, puderam acompanhar o evento após a liberação.


A ex backing vocal de Zeca Pagodinho e participante do The Voice Brasil, Leila Maria abriu a noite performando músicas internacionais de compositores e produtores negros. A composição que marcou a noite foi “Sister” de James Brow e Rosetta Tharpe. A música é parte da trilha sonora do filme “A cor Púrpura”, uma adaptação de livro de mesmo nome de Alice Walker, um romance originalmente lançado em 1982.


Após a apresentação das três canções, foi a vez de Conceição Evaristo entrar em cena. A escritora iniciou a conversa contando um pouco sobre sua infância e adolescência pobre. Onde desde de jovem se questionou sobre a distinção de classe e senhor. Ao narrar histórias passadas, Conceição relembrou o significado do uso da palavra “Senhora”.


Até então para ela, o termo “Senhora” era designado para pessoas mais velhas. Significava respeito. Ao frequentar as casas que sua mãe, tias e primas trabalhavam, ela passou a perceber e se questionar: “ Porque as patroas mais jovens que minha mãe e os filhos delas não a chamam de senhora e minha mãe as chamava de senhora?”. “Talvez seja a partir desse questionamento que eu passei a ter consciência de classes”, afirmou.


Conforme relembrava seu processo de escrevivência, Conceição comentou as suas passagens pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e PUC e suas aprovações no mestrado e doutorado, da qual Júlio Diniz foi um dos membros da banca. Ainda sobre sua infância, abordou o sentimento de se sentir expulsa de Belo Horizonte, quando o bairro em que morava, começou a ser evacuado. E afirmou: “Eu fui fazendo as pazes com BH aos poucos”.


Sobre as lutas diarias dos negros, indigenas, LGBT’S, perifericos e demais minorias, ela disse se senti contente com as mudanças que a militância ocupa e os caminhos que conseguiu trilhar. Comparando o ativismo à capoeira, com movimentos de defesa e ataque, a escritora assegurou: “O recuo não é fugir da luta.”

Encerrando a roda de conversa, Leila Maria cantou grandes sucessos brasileiros e muito Samba para encerrar a noite com ‘chave de Ouro’ e para a alegria de muitos, Conceição Evaristo cedeu uma sessão de autógrafos e foto para todo público interessado.


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