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Crítica de filme: TÁR | Difícil de deglutir !

Foto do escritor: Lara Eliza FerreiraLara Eliza Ferreira

Por Lara Eliza



Em aspectos práticos talvez, esse é um filme de narrativa lenta e que exige do espectador uma interpretação para além de tudo o que é mostrado. Há pequenos detalhes indecifráveis que permite ao espectador criar cenários e possibilidades que talvez sejam reveladas no final e/ou talvez não. Em aspectos de análise, a narrativa é espessa, difícil de deglutir, pesada, a ponto de me fazer pausar o filme e continuar minutos depois. Tár é um filme complicado, cheio de dilemas difíceis mais ainda sim, profundo.


Todd Fild o diretor propõe uma dinâmica diferente em relação a outros filmes da atualidade. Obrigando o espectador a atentar-se aos créditos, ele os coloca no início, o que evoca talvez, sentimentos de impaciência que conforme o andamento do filme, se transforma em aflição. Por meio da assertiva direção, Tár, com lançamento em novembro de 2022 e estreia no Brasil, somente em janeiro de 2023, é um dos promissores de excelência entre os últimos lançamentos. O filme, é indicado ao Oscar nas categorias "Melhor filme" e "Melhor Atriz", além dos inúmeros prêmios já recebidos como Volpi Cup, Globo de Ouro e BAFTA.


Cate Blanchett como Lydia, regente da filarmônica de Berlim, está excelente no papel onde é possível compreender cada sentimento reprimido e a forma com a qual, cada sentimento é oferecido ao mundo. Aspectos de gênero são pautas importantes no filme como propõe Lydia em sua entrevista-aula dizendo que "o" maestro e "a" maestro são pronomes abrangentes e que carregam consigo a possibilidade de todos os gêneros.



Lydia, uma mulher lésbica, casada e mãe, em seu percurso que aparentemente não necessita de nenhuma outra conquista, se apresenta perfeitamente nos palcos mas na vida, assim como nós meros humanos, deixa desejar. No quesito fama, símbolo de conhecimento e riqueza ela é um exemplo, porém, sua vida carrega consigo um sentimento difícil de descrever, carregado de pesar e que busca um único objetivo: se apresentar. Se apresentar não só nos palcos mas na vida, como referência e poder.


Ao longo da trama, um personagem sem rosto e com poucas características, exceto, pelos cabelos ruivos visualizados por trás, transmitindo a sensação de estar atrás da pessoa, consome parte da tela e concomitante ao sentimento de aflição, provoca dúvidas ao espectador. No decorrer da narrativa, descobre-se quem de fato é esse personagem que em determinado momento prende toda a narrativa do filme e nos revela uma Tár ambígua e volátil. Ao meu ver, o ponto alto de Tár, é a inconstância do ser humano, onde ele, é capaz de ser empático, hipócrita e selvagem, e se a vida fosse um filme, tudo isso, em um frame por segundo.


Caso queira o impacto de assistir a essa obra, ela está disponível no YouTube para alugar ou comprar.

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